Colorir com o estilo Bobbie Goods pode mesmo aliviar estresse e ansiedade?

Nos últimos anos, uma tendência curiosa ganhou espaço entre adultos que buscam desacelerar o ritmo: os livros de colorir. Mais especificamente, os que seguem o estilo Bobbie Goods, famoso por traços delicados, cenas acolhedoras e um toque quase nostálgico. Não é raro ver vídeos nas redes mostrando páginas se transformando em verdadeiras explosões de cor, acompanhadas por músicas suaves e mãos cuidadosas que parecem se mover no tempo certo da respiração.

Mas será que essa prática é realmente capaz de aliviar estresse e ansiedade ou é apenas mais uma moda passageira? Prepare-se: a resposta não é tão simples quanto um “sim” ou “não”. Vamos mergulhar nesse universo e entender o que está por trás das sensações que tantos descrevem ao segurar um lápis de cor.

O que é o estilo Bobbie Goods

O estilo Bobbie Goods é mais do que desenhos bonitos em papel. Ele se destaca por unir detalhes minuciosos a temas leves, muitas vezes inspirados no cotidiano, em objetos simples e momentos que parecem tirados de um diário visual. Há uma delicadeza que convida a olhar mais de perto e, ao mesmo tempo, uma sensação de acolhimento que faz com que o colorista se sinta parte daquela cena.

É essa combinação que atrai não apenas artistas experientes, mas também pessoas que nunca tiveram costume de desenhar ou pintar. A proposta é simples: dar vida às ilustrações com cores escolhidas livremente, sem regras rígidas. O papel funciona como um espaço onde não existe “certo” ou “errado”, apenas a liberdade de criar.

Como colorir pode mexer com as emoções

Quando se fala em aliviar estresse e ansiedade, muita gente pensa logo em meditação ou exercícios de respiração. Porém, o ato de colorir, especialmente dentro do estilo Bobbie Goods, também pode gerar efeitos parecidos.

Ao focar nos detalhes do desenho e nos movimentos repetitivos da mão, a mente tende a se desligar por alguns instantes das preocupações externas. É como se o cérebro recebesse um convite para se ocupar apenas do que está à frente: a escolha da cor, o preenchimento dos espaços, a combinação entre tons.

Essa imersão cria um momento de pausa. O corpo relaxa, a respiração desacelera e, em alguns casos, até a percepção do tempo muda. O que parecia ser “perda de tempo” se transforma em um investimento silencioso no próprio bem-estar.

O impacto no estresse

O estresse, quando acumulado, pode se manifestar de maneiras diferentes — desde tensão muscular até dificuldades para dormir. A prática de colorir ajuda porque estimula áreas do cérebro ligadas ao prazer e à recompensa. É aquela sensação boa de ver algo ganhar forma diante dos seus olhos.

No caso do estilo Bobbie Goods, há ainda um diferencial: os desenhos costumam transmitir calma logo de cara. Não são imagens carregadas de elementos caóticos; pelo contrário, transmitem uma espécie de organização visual que convida ao relaxamento.

Vale ressaltar que não se trata de uma “cura” milagrosa. Colorir não vai eliminar problemas financeiros, conflitos familiares ou pressões no trabalho. Mas pode ajudar a aliviar a carga emocional, o que já é um passo importante.

E quanto à ansiedade?

A ansiedade é um pouco mais complexa, já que envolve tanto fatores emocionais quanto fisiológicos. A sensação de inquietação, os pensamentos acelerados e o famoso nó no estômago podem surgir sem aviso prévio.

Ao se dedicar a uma atividade como colorir, a atenção se desloca para algo concreto e palpável. No estilo Bobbie Goods, a suavidade dos traços e a previsibilidade do processo — escolher a cor, preencher, revisar — funcionam como um “contrapeso” para a mente acelerada.

Ainda assim, é importante reconhecer: se a ansiedade estiver intensa ou frequente, o ideal é buscar ajuda profissional. O colorir pode ser um complemento, mas não substitui acompanhamento especializado.

Por que o estilo Bobbie Goods se destaca

Existem muitos livros de colorir no mercado, mas o Bobbie Goods conquistou um público fiel. Alguns motivos ajudam a explicar:

  1. Estética acolhedora – As imagens têm um charme simples, com detalhes que lembram cenas de histórias tranquilas.
  2. Detalhes equilibrados – Não são tão complexos a ponto de gerar frustração, nem tão simples que percam o interesse.
  3. Sensação de aconchego – Os temas despertam lembranças positivas, quase como revisitar um álbum de memórias.
  4. Liberdade criativa – Não há necessidade de seguir padrões de cor; cada página é uma nova chance de experimentar.

Essa combinação cria uma experiência que vai além do ato de colorir. É quase um ritual de desacelerar e apreciar o momento.

O ritual de colorir

Muitas pessoas relatam que criar um ambiente especial para colorir torna a prática ainda mais prazerosa. Pode ser uma mesa organizada, uma xícara de chá ao lado, uma playlist tranquila tocando ao fundo. Esses pequenos gestos ajudam o cérebro a associar a atividade a um momento de cuidado pessoal.

No estilo Bobbie Goods, a própria estética do desenho convida à calma. O simples contato com as páginas pode gerar um estado de presença — algo cada vez mais raro em um mundo acelerado.

O lado social da prática

Não é só uma atividade solitária. Comunidades inteiras se formam online para compartilhar páginas coloridas, trocar dicas de materiais e incentivar uns aos outros. Essa interação acrescenta uma camada social que, para algumas pessoas, é tão importante quanto o ato de colorir.

A troca de ideias e o reconhecimento do esforço alheio fortalecem a sensação de pertencimento, um fator essencial para o bem-estar emocional.

O que dizem os estudos

Embora ainda faltem pesquisas específicas sobre o estilo Bobbie Goods, já existem estudos sobre os efeitos do colorir em adultos. Muitos indicam que atividades artísticas manuais ajudam a reduzir a frequência cardíaca e a tensão muscular, além de melhorar o humor.

Isso não significa que todos terão os mesmos resultados. Assim como na música ou na leitura, o impacto varia de pessoa para pessoa. Mas os dados reforçam que incluir atividades criativas na rotina pode ser benéfico para a saúde mental.

Limites e cuidados

Por mais que colorir traga benefícios, é importante lembrar que não substitui outras formas de cuidado. É válido integrar a prática com exercícios físicos, descanso adequado e, quando necessário, apoio terapêutico.

Além disso, não transforme o momento em obrigação. Se começar a se sentir pressionado para “terminar” uma página, a prática perde parte de seu efeito relaxante. O ideal é que o colorir seja um espaço de liberdade, não uma tarefa na lista de afazeres.

Vale a pena tentar?

A resposta é simples: sim. Mesmo que você nunca tenha segurado um lápis de cor desde a infância, experimentar pode trazer surpresas agradáveis. Não há regras rígidas, e o único compromisso é com o próprio tempo.

Colorir livros oferece um equilíbrio perfeito entre beleza e acessibilidade, criando um convite silencioso para desacelerar. Em um mundo onde tudo parece correr, essa pausa pode ser exatamente o que você precisa.

Deixe um comentário